A Rede Globo, que assume
ostensivamente uma postura pelo afastamento de Michel Temer, perdeu, ontem, a
primeira das suas batalhas para cassar o presidente, no Tribunal Superior
Eleitoral, que rejeitou, por 4 votos a 3, o pedido de cassação da chapa
Dilma-Temer. Mas, certamente, não vai recuar do seu propósito. Vem aí, com mais
destaque ainda, o processo que Temer responderá no Supremo Tribunal Federal sob
a acusação de tramar a compra do silencia do ex-presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB).
Temer e seus aliados devem
ter festejado o voto minerva do presidente do TSE, Gilmar Mendes. Afinal, não
se trata de uma briga igual, mas desigual. Cada um com suas ferramentas. Temer,
com o apoio do Congresso, do aliado Gilmar no TSE e o poder da caneta. A TV
Globo, por sua vez, com a sua capacidade indiscutível de formar opinião. Até
agora, quem enfrentou a poderosa se ferrou. Que o diga o ex-governador do Rio,
Leonel Brizola, massacrado, quase que execrado da vida pública.
Brizola passou como um
trator por cima de seus adversários na eleição de 1982 para o Governo do Estado
do Rio de Janeiro, quando ele era considerado “candidato sem chances do PDT ao
Palácio Guanabara”, como dizia a TV-Globo. Uma das frases famosas de Brizola:
“Quando vocês tiverem dúvidas quanto a que posição tomar diante de qualquer
situação, atentem… Se a Rede Globo for a favor, somos contra. Se for contra,
somos a favor!”
Quando a TV Globo pendeu
para Collor em 1989, manipulando o debate final do ex-caçador de marajás com
Lula, foi o passaporte para a chegada do “colorido” ao poder. Mais tarde,
quando assumiu a campanha pelo impeachment de Collor, sua derrocada veio a
jato. Mais tarde, na primeira eleição de Lula presidente, em 2002, depois de
três campanhas contra o ex-petista, o ajudou a chegar ao poder.
No impeachment de Dilma,
igualmente, teve posição favorável à sua degola, mesma trincheira assumida em
relação à crise da Lava-Jato, só faltando assumir, em editorial, que defende e
prega a prisão de Lula. A TV Globo vinha sendo generosa com Michel Temer, a
ponto de os petistas irem às ruas falar mal e agredir repórteres, pregando o
“abaixo a Rede Globo”.
A poderosa já dava como
favas contadas a renúncia de Temer, tão logo o presidente foi pilhado em
gravação feita pelo dono do frigorifico JBS. O presidente, entretanto, usou uma
rede nacional de TV e rádio para afirmar que não largaria o osso. A partir daí,
as atenções da emissora se voltaram para o julgamento das contas da chapa no
TSE. Mas o corajoso Gilmar Mendes melou o jogo da globoleza. Como a emissora
acha que pode tudo, vai continuar dedicando o JN, todos os dias, pela cassação
de Temer.
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